segunda-feira, 16 de maio de 2022

Língua Portuguesa- Atividades da semana. (de 17/05 a 23/05)

 


1. Leia o conto abaixo:

O cachorro engraçadinho

 Cecília Meirelles



        Há coisa mais triste que um menino sem irmãos nem companheiros, fechado num apartamento? Foi por isso que a família resolveu arranjar um cachorrinho para brincar com o filho único. Os brinquedos, afinal, são máquinas e acabam por enfastiar; o cachorrinho é um brinquedo vivo, quase humano, o melhor amigo do homem etc. E veio o cachorrinho, muito engraçadinho. Todos os cercaram, encantadíssimos. Dizem que os cães sempre se parecem com os seus donos: este parecia-se com os donos, com os amigos dos donos e até com os empregados da casa. Não se pode ser mais amável. Era pretinho, lustroso, com umas malhas cor de mel em certos lugares do focinho e do corpo. Orelhas sedosas e moles, e um rabinho que o menino logo descobriu poder funcionar como manivela. E assim o utilizou.

        O cachorrinho também parecia contentíssimo, e pulava para cá e para lá, e às vezes parecia um cavalinho em miniatura. Mas era uma miniatura Pinscher.

        Não era só engraçadíssimo; era inteligentíssimo. Se lhe ensinassem, creio que chegaria a atender o telefone. Instalou-se no apartamento como se fosse o seu principal habitante. A vida passou a girar em torno dele. Deram-lhe coleira, casaquinho, osso artificial para brincar, puseram-lhe nome, compraram-lhe biscoitos. Pensando bem, era muito mais feliz que o menino de cuja felicidade se cogitava. Talvez ele até entendesse o que diziam a seu respeito, pois a cozinheira reparou que sua inteligência excedia a das criaturas humanas. Via-o fitar um ponto no vazio, acompanhar uma presença invisível, para a qual latia, demonstrando ser um animal dotado de poderes sobrenaturais: um cãozinho vidente. Nessas condições, nem precisava entender a nossa linguagem: podia captar diretamente os pensamentos...

        O cachorrinho engraçadinho recebia as visitas com grande efusão. Mordia-as de brincadeira nas pernas e nos braços, às vezes puxava um fio de meia - mas era muito engraçadinho - dava saltos verticais que nem um bailarino, e, como estava na muda dos dentes, babava as pessoas com muito entusiasmo e de vez em quando deixava cair por cima delas um de seus dentinhos, tão brancos e primorosos que pareciam de matéria plástica.

        Além de receber as visitas, o cachorrinho engraçadinho sentava-se ao lado delas, acompanhava com os olhos as suas expressões, despedia-se delas com muita gentileza.

        Acostumou-se de tal modo à família que não quis mais dormir sozinho, passou a ocupar o melhor lugar das camas, como ocupava o das poltronas.

        E quis também comer à mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as patinhas no lugar que a etiqueta recomenda, e que já bem poucas pessoas conhecem como se pode observar em qualquer restaurante.

        Até certo ponto o cachorrinho engraçadinho foi um divertimento, salvo quando molhava os tapetes ou as almofadas.


Vocabulário:


Artificial: Postiço, fabricado, não natural

Captar: entender, compreender

Cogitar: pensar, raciocinar, imaginar

Dotado: favorecido, beneficiado, que tem o dom natural

Efusão: fervor de amizade, com grande alegria

Enfastiar: entediar, aborrecer

Etiqueta: conjunto de cerimônias no trato de muitas pessoas, regra estilo

Exceder: superar, ultrapassar

Fitar: olhar, fixar a vista, o pensamento, a atenção em alguma coisa.

Lustroso: reluzente, brilhante, polido

Pinscher: raça de cachorro de baixa estatura e de porte pequeno.

Primoroso: perfeito, distinto, excelente

Salvo: exceto, afora

Sedosos: que tem seda, semelhante à seda, peludo, macio.

Sobrenatural: superior ao natural, excessivo, sobre-humano, que excede as forças da natureza, que não tem explicação.

Vidente: que profetiza, que tem a faculdade de visão sobrenatural de cenas futuras.


Entendendo o conto:

01. Explique com suas palavras as frases abaixo, considerando que o sentido da palavra artificial é o mesmo do texto.

a) Sentia uma alegria artificial.

    

b) Deram-lhe um osso artificial.

    

c) Comprei flores artificiais na floricultura.


d) O cachorrinho tinha uma vida artificial.

     

02 – Reescreva as frases, substituindo as palavras sublinhadas por sinônimos. Consulte o vocabulário do texto ou o dicionário.

a) "Os brinquedos, afinal, são máquinas e acabam por enfastiar".


b) Pensando bem, era muito mais feliz que o menino de cuja felicidade se cogitava".


c) "Sua inteligência excedia a das criaturas humanas".


d) "Nem precisava entender a nossa linguagem: podia captar diretamente os pensamentos".

   


03 – “O cachorrinho engraçadinho recebia as visitas com efusão".

a) (  ) timidez

b) (  ) fervor de amizade

c) (  ) balançando o rabinho.


04 – “O cachorrinho foi um divertimento, salvo quando molhava os tapetes ou as almofadas".

a) (  ) afora

b) (   ) contrário

c) (  ) permitido


05 – “E quis também comer à mesa, escolhendo uma cadeira e colocando as patinhas no lugar que a etiqueta recomenda".

a) (  ) costume

b) (  ) selo de compra

c) (  ) normas, regras.


06 – Numere os parênteses de acordo com a ordem dos acontecimentos no texto.

a) (  ) Todos ficaram encantadíssimos com o cachorrinho.

b) (  ) A família resolveu comprar um cachorrinho para o menino.

c) (  ) À medida que o tempo passava, o cachorrinho foi se tornando um membro da família e até sentava-se à mesa.

d) (  ) O único fato que contrastava com sua inteligência e o colocava na condição de animal era que molhava os tapetes e as almofadas.

e) (  ) O animalzinho se adaptou facilmente ao convívio com a família.


07 – Retire do primeiro parágrafo a pergunta com a qual a autora se dirige ao leitor.

   

08 – De acordo com a descrição que a autora faz do cachorrinho, vamos fazer uma ficha com suas características.

a) raça:

b) tamanho: 

c) cor: 

d) pelo: 

e) focinho e corpo:

f) orelhas:

g) rabo: 


09 – Qual a diferença entre brinquedo mecânico e o cachorrinho, segundo o texto?

      

10 – A autora descreve muito pouco o ambiente e a família com a qual o cachorrinho foi morar. Observe com atenção todos os detalhes que o texto fornece e responda. Qual é a classe social da família? Por quê?

      


11 – Quando o cachorrinho chegou, puseram-lhe nome. Que nome você daria a ele?

     


12 – Você concorda que o cachorro é o melhor amigo do homem? Justifique.

      

13 – Assinale a opção correta. Qual era o comportamento do animalzinho com as visitas?

a) (  ) raivoso, bravo

b) (  ) indiferente, não ligava para nada

c) (  ) alegre, contente.


14 – Assinale a opção correta. O cachorrinho do texto é descrito:

a) (  ) pelo menino.

b) (  ) pelos pais.

c) (  ) pelo descritor do texto.


15 – Explique a frase: "Os brinquedos, afinal, são máquinas e acabam por enfastiar."

      


16 – Você concorda que um cachorro possa ocupar, dentro de casa, o lugar de uma pessoa? Justifique sua resposta.

     


17 – Que outro título você daria ao texto?

   

18- Coloque nas frases abaixo o acento grave onde houver crase:


a) O menino foi ao parque. A menina foi a cidade.
b) Fomos a Bahia ver o desfile carnavalesco.
c) Gosto de passear a tardinha.
d) Parei de estudar as cinco horas.


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